Metade do cérebro... - Parte 1 de 2
Hoje venho falar duma notícia que ouvi há bastante tempo, mas que me tem feito pensar muito ultimamente.
Há um miúdo que tem apenas o hemisfério esquerdo do cérebro, por ter levado um tiro na cabeça que lhe desfez o hemisfério direito mas não lhe causou a morte.
Aqui está um pequeno video do rapaz.
É sabido que o nosso cérebro tem capacidade de se adaptar, passando umas partes a desempenhar funções de outras danificadas, por exemplo, o que explica que o miúdo esteja a conseguir ter uma vida digna.
Esta é uma história impressionante e só por si merece ser conhecida, mas o que me faz contá-la aqui é o facto de ter originado em mim perguntas/dúvidas (quase) existenciais.
Dentro de poucos dias partilharei convosco essas "perguntas", mas para já termino aqui este 'post', esperando para ver se esta história vos merece algum comentário, por mais simples, metafísico, religioso, filosófico ou dramático que seja.
Até breve!
Há um miúdo que tem apenas o hemisfério esquerdo do cérebro, por ter levado um tiro na cabeça que lhe desfez o hemisfério direito mas não lhe causou a morte.
Aqui está um pequeno video do rapaz.
É sabido que o nosso cérebro tem capacidade de se adaptar, passando umas partes a desempenhar funções de outras danificadas, por exemplo, o que explica que o miúdo esteja a conseguir ter uma vida digna.
Esta é uma história impressionante e só por si merece ser conhecida, mas o que me faz contá-la aqui é o facto de ter originado em mim perguntas/dúvidas (quase) existenciais.
Dentro de poucos dias partilharei convosco essas "perguntas", mas para já termino aqui este 'post', esperando para ver se esta história vos merece algum comentário, por mais simples, metafísico, religioso, filosófico ou dramático que seja.
Até breve!
posted by Pedro do Mar @ 12:57 da manhã
6 Comments:
At janeiro 12, 2007 1:53 da tarde,
Anónimo said…
Boas Pedro!
É certamente uma àrea interessante. Penso que um caso destes poe todas as pessoas que afirmam apenas usarem 5% do cérebro contentes porque aparentemente isto prova a sua teoria de que foi destruida a parte do cérebro do rapaz que não pensava... mas a realidade não é bem assim. O que acontece é que o nosso não funciona como um simples computador, em que ao se destruir o processador central fica tudo incapacitado. É um sistema de multiprocessamento paralelo e redundante, em que várias àreas são responsáveis pela execução de uma tarefa. E estas podem ser recombinadas. Como analogia ao processamento, exemplifico com o que a SETI faz.. distribui o processamento por vários computadores. Se metade das pessoas deixarem de processar, as tarefas são transferidas para outros ramos. Num sistema biológico esta plasticidade diminui com a idade, no entanto é sabido que muitos factores contribuem para a morte de neurónios. Se não houvesse redundancia, numa noite de copos alguém poderia perder definitivamente a capacidade de p.ex. mexer um dedo ou deixar de ver de um olho.. ou outras coisas piores.
Claro que o factor sorte em muito contribuiu para o rapaz. Penso que a probabilidade de se conseguir manter o tecido vivo após se cortar metade da cabeça é um autentico milagre.
Abraço!
Jacek
At janeiro 14, 2007 4:11 da tarde,
Li... said…
Oi!
Acabei de chegar de uma visita a um rapaz cá da terra k teve 1 acidente de viação e sofreu danos no lado direito do cérebro (perda de massa cerebral) tendo ficado c td o seu lado esquerdo do corpo imóvel (é sabido k o cérebro controla o corpo "inversamente"). Não sofreu outros danos "fisicos" m no entanto está agarrado a uma cama, a falar mto pouco e a ver mal. A mha mãe presta serviço ao domicilio e vai a casa dele pk os pais têm alguma idade e não poderiam cuidar dele sozinhos. diss-lh k tinha 2 filhos de idade próxima da dele e ele perguntou-lh se me podia conhecer (ele conversa por msg sms).então fui lá hj... o acidente foi há alguns anos m, diz km o conhecia antes do desastre, k ele mantém a boa-disposição k já antes tinha.e é verdade! :) tem vindo a melhorar o seu estado de saúde, pco a pco... m a recuperação total é algo utópica...no entanto, n fosse a função vicariativa (julgo k é axim k se chama/escreve...) do cérebro e ele nca tinha melhorado o k já melhorou!
triste saber-se k mtos amigos se afastaram dele. m tb ganhou outros e conseguiu ser ajudado c a boa vontade de mtos outros (por ex, houve 1 espectaculo de stand up comedy p angariaçao de fundos p 1a cadeira de rodas p ele)
uma história tão próxima de nós...
n sei k duvidas te terão surgido ao saberes desse caso... a mim surgem mais constatações do k duvidas... m esperarei pela parte 2.
bjinhos e fica bem!
At janeiro 14, 2007 11:59 da tarde,
melita said…
Boas!
Há pouco tempo, ouvi num seminário que os nossos neurónios funcionam de forma caótica, que é diferente da forma aleatória! O funcionamento caótica, significa que o desenrolar dos acontecimentos depende fortemente dos parâmetros iniciais, neste caso suponho que sejam os estímulos. Este facto surpreendeu-me, mas faz um certo sentido. Dizia o orador que se funcionasse na base de oscilações periódicas seríamos todos epilépticos, entraríamos em ressonância!
Isto não terá propriamente a ver com a história desse rapaz, mas quando a li, lembrei-me disto e achei por bem partilhar.
O rapazinho, vendo-se com esta dificuldade imensa, consegue viver dignamente com as suas limitações. Parece-me ser mais um exemplo de luta, coragem e sucesso, que todos nós dotados da dita "normalidade" deveríamos procurar seguir. No mínimo, pensar um bocadinho e agradecer por tudo o que temos.
At janeiro 15, 2007 12:05 da tarde,
L u i s P e s t a n a said…
Não tinha notado que o Jacek era inteligente...mas também só o conheco à 16 anos...
At janeiro 15, 2007 12:45 da tarde,
Unknown said…
16.. ? Não te esqueças da primária! :-D Já lá vão 19!
Abraço
At janeiro 15, 2007 4:46 da tarde,
Andreia said…
É óbvio que esta história merece um comentário meu, mas qual?!
Li o post, vi o vídeo, pensei e repensei sobre o assunto, fiquei atónita.
Aqui estão, de forma muito resumida (uma vez que ainda continuo atónita) os pensamentos que me ocorrem sempre que penso nisto:
1. a incrível capacidade de adaptação do cérebro humano.
2. a incrível força de vontade que o miúdo teve e tem em viver.
Beijinhos pa ti!
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