EUROMILHÕES

Não joguei no Euromilhões por dois motivos: porque há coisas melhores para desperdiçar dinheiro e porque tinha medo que me saísse!!!

Dito assim pode parecer apenas uma provocação para que quem lê este "post" não o abandone antes de o terminar. Pode parecer... e é!!

Não sei se alguém reparou na notícia que a SIC deu dia 22/07/2005 em que falava dum americano que ganhou um "mísero" prémio de 315 milhões de dólares (mais de 60 milhões de contos). Não consegui descobrir a notícia no site da SIC, mas aqui fica o que apanhei:

O homem ganhou esse dinheirinho e, depois de agradecer a Deus por Ele ter feito a máquina escolher aqueles números, disse que ia ajudar a família, os pobres, instituições de apoio social, não me lembro bem, mas seria algo do género. Minto, nos pobres sei que ele não falou, mas adiante.
Agora repare-se no que aconteceu ao homem desde 2002 até agora:
- foi assaltado centenas de vezes
- foi processado por várias pessoas por as agredir (não sei se física se verbalmente)
- envolveu-se com várias mulheres, mais bonitas e mais novas que a esposa dele
- a mulher deixou-o, e diz que só se arrepende de não ter rasgado o cheque no dia em que o recebeu
- dois anos depois de ele receber o prémio, a neta morreu de overdose

Isto é o que foi dito na notícia.
O que não foi dito (nem podia) era algo que qualquer pessoa verá se parar um minuto para pensar. Que o homem se deve ter tornado uma pessoa insuportável, que deve ter passado a ser uma pessoa tremendamente desconfiada em relação aos amigos, à família, enfim, a quem o rodeava.

Não digo que isso aconteceria a toda a gente, mas sinceramente acho que à grande maioria das pessoas estes 96 milhões de euros não trariam felicidade durante mais do que uns meses.

Enfim,
"O dinheiro não traz felicidade."
"O dinheiro não traz felicidade, mas ajuda."

Cada qual escolhe a variante que quiser...

A VERDADE

A "VERDADE" EXISTE E É SO UMA

O problema é que não está numa caixa que possamos abrir e os modos que temos para a procurar são lentos, como o recurso à ciência, ou desprovidos de fundamento, como as explicações que as religiões dão.

A ciência é a maior arma da humanidade, mas há coisas que ela própria não tenta sequer explicar, por fugirem ao seu domínio. E é (quase) bonito o modo como se mantém no seu lugar, sem tentar entrar em assuntos nos quais o método científico, o cálculo matemático, ou qualquer outra ferramenta científica não podem actuar.

Por exemplo, entre muitas outras coisas a ciência procura estudar a formação do Universo a partir do momento do Big-Bang, mas reconhece a sua incapacidade em avaliar o que se passou antes desse momento. Quem achar que não consegue viver sem uma explicação para isso tem duas hipóteses: ou inventa uma através da sua intuição ou 'compra' uma daquelas explicações que alguém já inventou para ela. Quem não precisar disso contente-se com um "não sei" ou um "não se sabe".

Neste exemplo, como em muitas das coisas da nossa vida e da nossa existência, não há como ter a certeza do que quer que seja.

Se uma árvore cair numa floresta e se ninguém estiver por perto, poder-se-á dizer que ela não fez barulho?! Ou será que fez?!

Uma coisa parece óbvia: uma destas duas hipóteses tem de corresponder à verdade e a outra tem de estar errada, apesar de não se saber qual.

Enfim, por não nos ser possível saber algo, isso não quer dizer que isso tenha ou não tenha acontecido.
Mas mesmo que não a conheçamos, tudo tem uma explicaçao. Simplesmente, há verdades que nunca conheceremos.

Não sabemos como alcançar a Verdade, mas podemos tentar percorrer o caminho que nos aproxima dela ou duma explicaçao que nos satisfaça minimamente, antes de dizermos "não sei" ou aceitarmos 'histórias da carochinha'.

O QUE SABEMOS

Há coisas que não se aprendem na escola ou nos livros, por melhor que seja o professor ou mais exaustiva que seja a busca.

Algumas coisas só se aprendem ou percebem vivendo-as! Por exemplo, a dor de perder alguém de quem se gosta muito, a alegria de ter um filho, a liberdade de chegar ao cimo de uma montanha... os exemplos são tantos que quase parece que nada se pode saber se não se passar por isso!!

Mas a escola e os livros são a prova de que boa parte do conhecimento pode estar registada nalgum lugar que não apenas algumas cabeças.

Além das coisas que se aprendem nos livros e das coisas que se percebem porque as vivemos há ainda as coisas que não percebemos precisamente porque nascemos e crescemos envoltos nelas. Por exemplo, para muitas pessoas é extremamente difícil, se não mesmo impossível, livrarem-se de determinados preconceitos, verem que defendem tradições que as deviam envergonhar, ou aceitarem que o clube de futebol que apoiam não é o melhor do mundo!!!

'Por mais gozo que isso dê a alguém, nada pode justificar que se torture um animal'.
Dito assim não deve haver qualquer contra-argumento, mas o que é certo é que a influência do meio, da família e da sociedade é tal que uma pessoa que foi ensinada a gostar de touradas normalmente não consegue perceber que aquilo que lhe ensinaram e lhe enfiaram na cabeça é completamente errado, injusto e injustificável.
Tudo isto para dizer que há coisas que nunca poderemos aprender, sentir ou perceber e outras que podemos saber, mas em relação à maioria delas devemos ter sempre presente que as nossas 'certezas' são apenas momentâneas e que possivelmente estão longe da Verdade.