O Mundo do Mar

"Mundo do Mar", sim, e não "Mar do Mundo", porque não é de água que se fala aqui. Em cada pessoa há um mundo. E aqui está uma pequena parte do meu.

quarta-feira, outubro 26, 2005

No seguimento do "comment" do Pestana...

Como comentário ao 'post' "‘Bem’ e ‘Mal’... Qual o mal de matar uma pessoa?" o Luís Pestana escreveu:
"A música é envolvente, mas não percebi este post..que diferença faz tirar a vida a alguem?! Toda! Temos o direito a viver o máximo que estamos destinados, nem que seja pouco tempo, sempre é mais um pôr do sol..que não se deve tirar a ninguem..."

Começando por agradecer o comentário e aproveitando-o para novo 'post', digo:

"Toda"?
"Toda" não fará, mas concordo contigo quando dizes que estamos a privar a pessoa de um direito que ela tem acima de tudo!

E acho até que é esse o único argumento irrefutável.

À partida, ao tentar responder àquela pergunta, há a tendência para falar no sofrimento que seria infligido à vítima ou à sua família, mas dizê-lo é ficar vulnerável ao argumento de que não haveria mal nenhum em matar uma pessoa que não tivesse família, desde que essa pessoa não se apercebesse disso nem sofresse.

O motivo de ter colocado aquela pergunta (e ja agora a razão de ser daquele post) é o facto de achar que vale a pena pensar nela.
E se não concordei contigo em absoluto, foi porque continuo a achar que à escala global nada se altera: é mesmo "apenas" uma vida a menos.

Mais uma vez "obrigado": é bom saber que alguém pensou numa pergunta a que boa parte das pessoas responde imediatamente por nem se dignar a pensar realmente nisso.

domingo, outubro 23, 2005

‘Bem’ e ‘Mal’... Qual o mal de matar uma pessoa?

Uma das sensações mais estranhas, mais confusas e ao mesmo tempo mais reveladoras que tive foi aperceber-me que tudo aquilo que façamos é de tal modo limitado no tempo e insignificante, que só tem importância no minúsculo mundo que é a curta vida de cada um de nós.

Criaram-se os conceitos de “bem” e “mal”.
A partir daí passou a ser possível modelar cada indivíduo fazendo-o crer que os seus comportamentos eram algo de “bom” ou de “mau”.
Grande parte das coisas que fazemos obedecem a esses conceitos de “bem” e “mal” que nos ensinaram...
Penso até que a maioria das pessoas nunca perdeu uns minutos a pensar, por exemplo, “por que é que errado matar uma pessoa?”.

Num mundo onde vivem tantas pessoas, qual seria o mal de causar a morte de uma? Afinal de contas, seria só antecipar-lhe a morte, até porque daqui a 120 anos todos os humanos que hoje vivem terão morrido e dado lugar a outros.

Não quero pôr em causa a ideia de que matar uma pessoa é errado!! Claro que é! Sem dúvida! Mas até que ponto isso tem importância?

O planeta continua a existir e a ser como é.
Para quem sobrevive, o sol continua a nascer.
E o Universo continua a sua expansão, não se sabe até quando...
É como se na verdade nada se alterasse.

Dei o exemplo de matar uma pessoa, mas qualquer exemplo de uma coisa “má” ou “errada” serviria.

Uma das músicas de que mais gosto está no álbum “Vs.” dos Pearl Jam e, como a maior parte das letras de PJ, é ambígua o suficiente para que cada pessoa possa interpretá-la à sua maneira.
Para mim, esta letra reflecte essa insignificância de tudo o que fazemos (e, já agora, do que somos).
A música é incrivelmente simples e envolvente.
Chama-se “Indifference” e a sua letra é o ‘post’ seguinte (ou anterior)...

Indifference

I will light the match this morning, so I won't be alone
Watch as she lies silent, for soon night will be gone
I will stand arms outstretched, pretend I'm free to roam
I will make my way, through one more day in Hell...
How much difference does it make?
How much difference does it make?

I will hold the candle till it burns up my arm
I'll keep taking punches until their will grows tired
I will stare the sun down until my eyes go blind
I won't change direction, and I won't change my mind
How much difference does it make?
How much difference does it make?...how much difference?...

I'll swallow poison, until I grow immune
I will scream my lungs out till it fills this room
How much difference?
How much difference does it make?

Eddie Vedder

quarta-feira, outubro 19, 2005

"Ter a ver"

Apesar de não ter a haver com a temática deste ‘blog’ (se é que ele tem alguma temática), aqui fica uma dica na onda do “Bom Português” da RTP1:
« Terei começado este ‘post’ com um erro?? »
A maior parte das pessoas dirá que sim.
A essas pessoas direi apenas que têm razão e peço desde já desculpa pelo erro.
A quem achar que não, aproveito para esclarecer que a expressão “ter a haver” significa, por exemplo, “ter a receber”; e que a expressão “ter a ver com” significa, por exemplo, “dizer-lhe respeito” ou, neste caso, “estar relacionada com”.
Por isso, devia ter começado este ‘post’ com “Apesar de não ter a ver com a temática deste ‘blog’...” Realmente não tinha (nem tem), mas há que aproveitar os nossos próprios ‘blogs’ para dizer aquilo que nos der na real gana. Assim até aproveitei para escrever a palavra “gana”, coisa que fiz poucas vezes na vida...
Já agora, para quem ainda não teve o prazer de ver um ‘sketch’ do “Gato Fedorento” que circula na net com o nome “GatoFedorento-Da-medeForça”, trate de o ver!! Não é o mais engraçado, mas vale mesmo a pena... ;-)

sábado, outubro 01, 2005

Velhice

Podia não ter nascido, mas nasci!! E estou a adorar!!

Apesar de não me sentir ‘cota’, até porque durante a maior parte do tempo nem sequer me sinto adulto, há já coisas que não faço por já ser demasiado velho para isso.

Obviamente que com 24 anos continuo a achar que viverei muitos mais e que tenho uma vida pela frente, mas tal como a maioria das pessoas, por vezes gostava de retardar a passagem do tempo para aproveitar mais e melhor cada idade.

Nos últimos tempos, ao olhar para alguns velhos, ocorria-me um assustador pensamento:
“Quando tiver a idade daquele homem, sentirei que seria capaz de tudo para voltar a ter 24 anos e nada poderei fazer.”

Pensar nisto fez-me sentir ainda mais prazer em estar vivo, em ter esta idade e esta vida e ao fim de um tempo, este pensamento passou a não ter nada de assustador.

Se acordar um dia com 70 anos a pensar em tudo aquilo que devia e podia ter feito, lembrar-me-ei que se não o fiz, foi porque na idade em que o podia fazer, essa não foi a minha vontade e fazê-lo seria ir contra mim próprio.

E se daqui a muitos anos me sentir angustiado por nunca mais voltar a ser jovem,
restar-me-á o consolo de ter feito em cada momento aquilo que me apeteceu fazer.
É assim que tento conduzir a minha vida.

The Face of Love

Pela primeira vez neste ‘blog’, vou recomendar uma música.

Faz parte da banda sonora de “Dead Man Walking” (ou “A Última Caminhada”), um filme com Sean Penn e Susan Sarandon que conta a história de um condenado à morte que escolhe ser acompanhado nos seus últimos dias de vida por uma freira. Já vi filmes de que gostei mais, mas este é bom, sem dúvida.

A música chama-se “The Face of Love” e pode-se sacar do ‘site’ seguinte, fazendo “salvar como” depois de carregar com a tecla direita do rato em “Download Now: Dead Man Walking - The Face Of Love”.

http://www.emp3world.com/mp3/44667/Dead%20Man%20Walking/The%20Face%20Of%20Love

Quem tiver uma ligação analógica, prepare-se para esperar bastante porque o ficheiro ocupa 9MB. É maior do que habitual, porque tem cerca de 10 minutos.
Depois digam-me se a música é mesmo boa ou se só achei isso por uma parte dela ser cantada por Eddie Vedder, o vocalista dos Pearl Jam!! ;-)

Que orgulho...

Há alturas em que sentimos um tremendo orgulho em ser portugueses.

Recentemente, abriu um novo hipermercado na cidade onde vivo, a Marinha Grande.
Até aqui nada de extraordinário.
O que me indignou foi o facto de muita gente passar a ir lá em romaria!

Segundo o que me disseram algumas pessoas (mais velhas que eu), isto já aconteceu quando abriram os outros supermercados e acontece sempre que abre uma superfície comercial de média ou grande dimensão.

Isto é algo que, no mínimo, me faz confusão!
Ainda não consigo perceber o que é que um sítio que tem apenas coisas para nos vender tem de tão atractivo.

E, depois disto, ver um cartaz desse hipermercado com a frase "A nossa terra está cada vez melhor.", também não me fez sentir menos mal perante a nossa mentalidade.

Para os marinhenses, uma ida até S.Pedro de Moel ao domingo à tarde recebe o nome de "voltinha dos tristes".
Assim sendo, está então aberto o concurso para o nome a dar a estes novos passeios.
O vencedor recebe completamente grátis uma tatuagem do logotipo do hipermercado!