O Mundo do Mar

"Mundo do Mar", sim, e não "Mar do Mundo", porque não é de água que se fala aqui. Em cada pessoa há um mundo. E aqui está uma pequena parte do meu.

sábado, agosto 26, 2006

Portugal, Vida e Azeite...

Portugal é um bom país para viver.
É!

Não vou dizer que não há países em que seja mais fácil ser-se feliz, mas de certeza que se existem não são muitos.
E claro que podemos sempre tentar ir viver para lá, se preferirmos...

Tudo isto vem no seguimento do 'post' anterior e dos comentários a ele feitos. (Obrigado Dysis e Liliana) :-)

Todos sabemos que muita coisa está mal no nosso país, mas isso são apenas consequências da mentalidade, da ignorância, da mesquinhez, da inveja, da falta de civismo das pessoas!

Só nos podemos queixar de nós próprios: Portugal é um sonho!
O clima, a gastronomia, a riqueza e variedade das paisagens, o mar, a paz, a língua, a poesia e a literatura, a liberdade!! E há ainda muito mais coisas em que nenhum país é melhor que Portugal!!
Se não conseguirmos ser felizes aqui, então teremos desperdiçado a tremenda sorte que tivemos.

Aproveito para colocar aqui as palavras que acompanham o meu anúncio televisivo preferido deste Verão: o do Azeite Gallo.
Penso que já toda a gente teve oportunidade de ver esse anúncio e terá comprovado como tudo está muito bom, desde as imagens ao poema.

E é esse poema que aqui vos deixo:
"
Tirem-me a vista.
Tirem-me para sempre a luz de Lisboa, tirem-me as encostas do Douro, o Tejo e o Alentejo, tirem-me a calçada dos passeios e os azulejos da parede.

Tirem-me o ouvido.
Tirem-me para sempre o choro da guitarra e o pranto do fadista, tirem-me os pregões das mulheres do bulhão e a pronúncia de norte a sul, tirem-me a fúria de espuma das ondas e o grito do golo.

Tirem-me o tacto.
Tirem-me para sempre o sol de Inverno a bater na cara, tirem-me o barro a ganhar forma entre os dedos, tirem-me o rosto queimado da minha mãe e a mão áspera do meu pai.

Tirem-me tudo isto, mas não me tirem o gosto.
Porque se eu ainda for capaz de saborear a alheira a rebentar de sabor, ou o bacalhau com todos a nadar em azeite, serei capaz de dizer, se não me tirarem a fala, que estou em Portugal.

Azeite Gallo. A cantar desde 1919.
"

quinta-feira, agosto 24, 2006

Imigração ilegal

Hoje, no noticiário da noite, na RTP2, voltaram a falar no drama que é a imigração ilegal de pessoas provenientes de países da África sub-sariana e que tentam arranjar trabalho em Espanha (e noutros países da Europa).

Já vários milhares de pessoas tentaram assim conseguir uma vida menos má.
O final mais comum é serem apanhados pela guarda costeira espanhola e, depois de assistidos em Espanha, serem repatriados.
Não raras vezes, pessoas morrem à fome ou à sede durante a viagem, sobretudo crianças.

Se calhar vale a pena perder uns minutos a pensar nisto.
Até onde vai o desespero duma pessoa para se arriscar assim, a ela própria e à sua família.

A jornalista terminou a peça dizendo, tanto quanto consigo recordar, o seguinte:

"
Pensar no que estas pessoas passam para vir trabalhar para a Europa e que nos é relatado quer pelas notícias que nos chegam quer pela literatura, põe a nu uma ideia:
- Nunca devemos ignorar a sorte de aqui termos nascido.
"

domingo, agosto 20, 2006

"Deus existe?" - reformulada

No seguimento do 'post' anterior, há que reformular a pergunta.
Em vez de "Deus existe?", a nova pergunta passa a ser:

"No dia em que morrer a última pessoa, Deus continuará a existir?"

Isto porque se assumirmos, por exemplo, que a amizade existe, então também Deus e o Pai Natal existem.
Mas as coisas cuja existência se limita às nossas mentes, têm uma existência "diferente" (se é que posso usar esta palavra) da existência das coisas concretas, físicas, não?!

quarta-feira, agosto 16, 2006

Deus existe?! - a (minha) resposta

(desde Maio que andava para colocar aqui a minha resposta a esta pergunta, por isso, baseado num 'comment' que fiz no blog da Liliana, aqui fica):

Não.

Obviamente não consigo provar isto. Mas também não consigo provar que o Pai Natal não existe. Nem eu nem ninguém!
Da mesma maneira que alguém inventou o Pai Natal, também houve alguém (mesmo que tenham sido várias pessoas e dum modo inconsciente) que inventou essa ideia: a existência de Deus e o próprio conceito.

Reconheço que a atitude mais coerente seria dizer "não sei", mas da mesma forma que os crentes mais inteligentes dizem apenas que acreditam e sentem isso, eu próprio, na minha estupidez, digo que sinto que não existe.
É só disso que se trata: dum palpite!!
Não há argumentos para justificar a existência ou inexistência de algo cuja presença nunca se manifesta.

Na eventualidade de Deus existir, seria por mera coincidência que os homens "saberiam" dessa existência, uma vez que nada de concreto os fez supor isso.
Para mim, Deus existe tanto como, por exemplo, homens verdes de 3 mm de altura, capazes de atravessar paredes de betão armado. Ou seja, ninguém pode provar que eles não existem, mas se existirem mesmo (o que é muito improvável), eu apenas atirei este palpite ao ar e acertei na verdade - não que o tenha dito por saber disso.

If you are from EUA and you are trying to read this, let me tell you:
“God bless you. God bless America. I’m crazy and once again you are right.”

domingo, agosto 06, 2006

Pergunta da minha infância

Neste 'post' venho chamar a atenção para o facto de uma das perguntas mais comuns na nossa infância continuar sem resposta.
E não falo das estúpidas perguntas que nos faziam, do tipo "Gostas mais do teu pai ou da tua mae?" ou "És do Benfica ou do Sporting".
Falo, isso sim, da pergunta "Sabes contar até quanto?".

É que recentemente dei por mim a pensar que depois de tantos anos na escola, continuo a nao saber responder a isto!

Vejamos:

Até 999 999 999 (leia-se "novecentos e noventa e nove milhões, novecentos e noventa e nove mil, novencentos e noventa e nove") não há dúvidas, mas qual o número que vem a seguir?

Em Portugal e na maioria dos países da Europa, o número seguinte é o "mil milhões", mas nos EUA (e para boa parte dos jornalistas portugueses), o número seguinte é "um bilião".
Para nós, "um bilião" é "um milhão de milhões" e não "mil milhões".
Mas, pronto, adiante...

Também não sei o que é um "trilião". Será "um milhão de biliões?", "um bilião de biliões" ou simplemente "mil biliões"?
E quais as palavras que viriam a seguir na sequência "mil - milhão - bilião - trilião -..."?

Muitas dúvidas, a mesma pergunta de sempre: "Sabes contar até quanto?"

A minha grande preocupação é não conseguir contar o dinheiro que tenho.
Vi ontem que a fortuna do Belmiro de Azevedo está avaliada em 1779 milhões de euros e gostava de saber se tenho mais ou menos dinheiro que ele.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Man of the Hour

Quem viu o "Big Fish" sabe que no fim do filme se ouve uma música muito boa.
Acho que nem preciso de dizer de quem é...

Bem, aqui fica o link para que a possam sacar:
http://www.savefile.com/projects/922054

Coloquei lá as três versões que tenho... quer dizer, as três mais representativas... nem sei bem quantas tenho no total...

Cá vai a letra:

"
Man of the Hour

Tidal waves don't beg forgiveness
Crashed and on their way
Father he enjoyed collisions;
others walked away
A snowflake falls in may.

And the doors are open now
as the bells are ringing out
Cause the man of the hour is taking his final bow
Goodbye for now.

Nature has its own religion;
gospel from the land
Father ruled by long division,
young men they pretend
Old men comprehend.

And the sky breaks at dawn;
shedding light upon this town
They'll all come ‘round
Cause the man of the hour is taking his final bow
Goobye for now.

And the road the old man paved
The broken seems along the way
The rusted signs, left just for me
He was guiding me, love, his own way
Now the man of the hour is taking his final bow
As the curtain comes down
I feel that this is just goobye for now.
"

quarta-feira, agosto 02, 2006

Voltar ao mundo

Imagina-te fora do mundo.

Tal como quando sais do teu quarto, ele continua a existir e tu sabes disso. Sabes como ele é, ou pelo menos como ele é para ti. Sais desse quarto e passas para qualquer outro lugar.

Mas imagina agora que ao saíres do mundo ficas em sítio nenhum.
Como se não precisasses dum espaço físico.

Sim?

Imagina-te então fora da vida, desse corpo que é o teu e não apenas fora do planeta.
Agora, sim, estás fora do mundo.

Mas mantém-te!
Existes, tens consciência de ti, e sabes, ou pelo menos, tens uma ideia do que era o mundo em que vivias, do mundo que existe algures.

É a esse mesmo mundo, ao mundo que sabes existir e que conheces, que vais poder voltar, mas agora tendo apenas um dos cinco sentidos.

Que sentido escolherias?