O Mundo do Mar

"Mundo do Mar", sim, e não "Mar do Mundo", porque não é de água que se fala aqui. Em cada pessoa há um mundo. E aqui está uma pequena parte do meu.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Metade do cérebro... - Parte 2 de 2

Depois de alguns dias a adiar, aqui está a continuação ao 'post' anterior.

Vou então partilhar convosco as "perguntas/dúvidas" de que falei, pedindo apenas que párem de ler se em algum momento acharem este 'post' estúpido. É que será todo na mesma onda, não vale a pena ter esperança de encontrar algo diferente.

1)
Em primeiro lugar, esqueçamo-nos da impossibilidade de se fazerem transplantes de cérebro e pensemos no que se obteria se se transplantasse o cérebro de um tetraplégico para o corpo de uma pessoa em morte cerebral.
Acho que a pessoa que sairia dessa operação seria a outrora tetraplégica, já que seriam as suas recordações, pensamentos, sentimentos, etc, que estariam nesta pessoa.

2)
Assumamos agora que o rapaz do 'post' anterior viveria também se tivesse perdido o hemisfério esquerdo e não o direito.
Ora, tal como se viu pelo facto do rapaz continuar a existir e a ser a mesma pessoa tendo apenas um hemisfério, pode-se dizer que cada um dos hemisférios é suficiente para que a pessoa continue a existir plenamente, desde que continue a ter corpo. Digo "a ter corpo" e não "a ter o seu corpo" porque em 1) já esclareci o que penso disso.

3.1)
Posto isto, imaginemos por exemplo que, em vez de se ter perdido, o hemisfério que não ficou na caixa craniana do miúdo tinha sido transplantado para uma pessoa em morte cerebral.

3.2)
Ou imaginemos o caso limite (para mim o mais rico de todos) em que se pegava no cérebro de um tetraplégico e se transplantava cada um dos hemisférios para dois corpos diferentes.
- Passaria a existir uma pessoa em duplicado?
- Seriam duas pessoas completamente novas, que iniciavam a sua vida já na idade adulta?
- Qual dos indivíduos (se é que algum) deveria ser amado pela família? E de que família estamos a falar?!
- E já agora, o que diria uma pessoa que acredita em almas? Algo do estilo "Ficaria meia-alma em cada pessoa"?

É muita coisa duma vez só, não?
Pois, também sinto isso. Há que digerir os pontos um-a-um.
Mas descansem: nunca ninguém precisou de pensar nestas tretas para ser feliz e não seriam certamente as últimas pessoas a dizer "este gajo passa-se e eu ainda perco tempo a ler estas coisas..."

(PS: obrigado pelos vossos comentários ao 'post' anterior.)

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Metade do cérebro... - Parte 1 de 2

Hoje venho falar duma notícia que ouvi há bastante tempo, mas que me tem feito pensar muito ultimamente.

Há um miúdo que tem apenas o hemisfério esquerdo do cérebro, por ter levado um tiro na cabeça que lhe desfez o hemisfério direito mas não lhe causou a morte.
Aqui está um pequeno video do rapaz.

É sabido que o nosso cérebro tem capacidade de se adaptar, passando umas partes a desempenhar funções de outras danificadas, por exemplo, o que explica que o miúdo esteja a conseguir ter uma vida digna.

Esta é uma história impressionante e só por si merece ser conhecida, mas o que me faz contá-la aqui é o facto de ter originado em mim perguntas/dúvidas (quase) existenciais.

Dentro de poucos dias partilharei convosco essas "perguntas", mas para já termino aqui este 'post', esperando para ver se esta história vos merece algum comentário, por mais simples, metafísico, religioso, filosófico ou dramático que seja.

Até breve!

sábado, janeiro 06, 2007

Hilariante, a piada na igreja!

Vim há pouco de umas bodas de ouro. Bem porreira, por sinal, a festa.
Mas o que venho contar é o que se passou no fim da missa e que ainda agora me faz rir...

Os convidados para a cerimónia recebiam (dos "noivos") um cachecol.
Pois bem, como a missa foi agradável e terminou com boa disposição, alguém foi colocar também um desses cachecois ao padre.
E no preciso momento em que lho deram, um dos homens presentes soltou a seguinte piada, dirigindo-se ao padre, já com o cachecol aos ombros:

"Cuidado aí, ao Saddam também puseram uma coisa assim (ao pescoço) e não deu bom resultado!"

A seguir riu-se, assim como grande parte das pessoas, e eu não fui excepção.
Aliás, de cada vez que me lembro, rio-me: haveria alguma piada mais desadequada a uma celebração dumas bodas de ouro, numa igreja, e ainda por cima quando a pessoa em causa era o próprio padre?!

Pois, também acho que não...